FODMAPs são uma família de hidratos de carbono, monossacarídeos, dissacarídeos, oligossacarídeos e polióis, que podem ser fermentados no organismo e, em algumas pessoas, causar desconfortos intestinais, como formação de gases, dor abdominal, obstipação, diarreia, distensão abdominal e diarreia. Os FODMAPS estão presentes em alimentos como xarope de milho, mel, leite de vaca, iogurte, queijo, cebola, farinha de trigo, centeio, grãos integrais de soja, cuscuz, lentilhas e outras leguminosas.
Algumas pessoas são mais sensíveis aos FODMAPs, como as que possuem a síndrome do intestino irritável. Assim, uma dieta baixa em FODMAPs é bastante implementada na prática clínica como um tratamento eficaz para essa síndrome, que é uma doença intestinal que afeta indivíduos que tem a mucosa intestinal mais sensível. Aqueles que possuem outros problemas gastrointestinais ou que sentem desconforto ao consumir os FODMAPS possivelmente também precisariam de uma dieta com baixos níveis destes hidratos de carbono.
Apesar dos hidratos de carbono serem importantes na prática de atividade física, alguns atletas podem ser sensíveis aos FODMAPs sendo necessária uma adaptação na sua dieta. Um estudo publicado pela International Journal of Sport Nutrition and Exercise Metabolism mostrou como uma dieta baixa em FODMAPs pode ajudar atletas com problemas gastrointestinais induzidos por exercício.
O estudo foi realizado com um atleta de 31 anos que apresentava desconfortos gastrointestinais durante e após um treino de alta intensidade e resistência, principalmente durante a corrida. Através de um questionário, foi quantificado a frequência dos sintomas e sua ingestão de FODMAPs na dieta habitual, e, além disso, o atleta foi convidado a gravar sua rotina alimentar e de exercícios, associando os sintomas gastrointestinais após os treinos e após a ingestão alimentar. De acordo com o questionário, foi possível verificar que o atleta consumia altas quantidades de FODMAPs.
Com base nestes dados, os pesquisadores fizeram uma proposta de dieta com baixa quantidade ou sem FODMAPs para o atleta, que continuou com a mesma rotina de treinos. No café da manhã ele costumava consumir cereais, frutas, iogurte de leite de vaca e leite e estes alimentos foram substituídos por uma pequena quantidade de aveia, sementes e iogurte sem lactose. Os resultados com a nova dieta foram favoráveis: os desconfortos durante e após exercícios diminuíram consideravelmente quando comparados com a dieta habitual. O próprio atleta relatou que os sintomas foram quase inexistentes durante exercício (principalmente durante as corridas) ou durante o dia, ao longo do período de intervenção.
Os resultados ainda precisam ser confirmados em estudos com maior número de participantes, mas já fornecem dados interessantes para iniciar mais investigações sobre os efeitos de uma dieta baixa em FODMAPs em atletas com problemas gastrointestinais induzidos pelo exercício.
Referência bibliográfica
LIS, Dana et al. Case Study: Utilizing a low FODMAP diet to combat exercise-induced gastrointestinal symptoms.
Por: Diana Sanches: Nutricionista do clube de saúde Kalorias Linda-a-Velha membro efetivo da Ordem dos Nutricionistas nº3692N.
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