O mel é muitas vezes considerado um alimento mais natural e mais completo do que o açúcar comum e, por isso, surge a dúvida se o mel é mais saudável do que o açúcar ou até que engorda menos.
O mel é um alimento implementado na alimentação há muitos mais anos do que o açúcar comum (de cana). É considerado um alimento natural e com propriedades benéficas para a saúde (antioxidantes, anti-inflamatórias, antibacterianas…), devido ao seu teor em polifenóis enquanto o açúcar tem vindo a ser cada vez mais associado ao aumento do risco de doenças crónicas, como diabetes, doenças cardiovasculares e obesidade.
Quanto à composição nutricional, o mel e o açúcar não são muito diferentes. Por ser refinado, o açúcar branco é praticamente isento de vitaminas e minerais, contendo apenas açúcar (sacarose) e 2% de água. Pelo contrário, o mel tem um teor de água maior, de 18%, e algumas vitaminas, minerais, polifenóis e proteínas, não sendo significativo na ingestão diária recomendada. No entanto, como o mel tem um teor de água maior do que o açúcar, a concentração de açúcares no mel acaba por ser menor do que no açúcar comum, o que faz com que, por 100g de produto, o mel tenha menos calorias.
Embora, por 100g, o mel (309kcal /100g) tenha menos calorias do que o açúcar (391kcal/100g), a verdade é que uma colher de mel pesa mais do que 1 colher de açúcar. Assim, 1 colher de sobremesa de mel mal cheia (15g – 46kcal) acaba por ter mais calorias do que 1 pacote de açúcar (8g – 32kcal). Desta forma, o mel não é a melhor alternativa ao açúcar para quem faz essa substituição com o objetivo de não engordar. Uma melhor solução para este efeito será a stevia, um adoçante natural isento de calorias.
Na teoria, o mel é mais saudável do que o açúcar, embora os benefícios só se verifiquem para doses muito elevadas, o que não é recomendado. O ideal será não consumir nenhuma destas fontes de açúcar. Mas se não conseguir evitar adoçantes, e tiver de escolher entre estes dois, escolha o mel (de boa qualidade), mas pontualmente e em pequenas quantidades.
Bibliografia: Tabela da Composição de Alimentos. Centro de Segurança Alimentar e Nutrição, Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge; 2007
Por: Susana Pereira: Nutricionista do clube de saúde Kalorias Braga, membro efetivo da Ordem dos Nutricionistas nº1762N.
Foto por Christina Branco no Unsplash
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